O silêncio dos sentimentos
- Gustavo Bianchini
- 27 de abr. de 2018
- 3 min de leitura
"Infelizmente, muitos homens têm dificuldade de expressar seus sentimentos. Os homens tendem a gostar de que seus relacionamentos sejam suaves, fáceis e confortáveis. Relutam em participar de discussões emocionalmente marcantes ou de soluções difíceis.
Eles querem "Paz e tranquilidade" e querem que suas mulheres mantenham uma atmosfera agradável e que não tragam problemas desgastantes.
Mas, como já vimos, quando se ignoram os problemas de um relacionamento, estes simplesmente pioram, e, quando um homem firmemente renega seus sentimento e não consegue falar deles com pessoas que encontra em sua vida, ele se transforma num mal humorado crônico, numa pessoa sempre ressentida e num homem manipulado e arruinado pela sua anima.
Então ele fica como alguém que tenha sido assumido por uma bruxa, pois se mostra idêntico a esta em suas más disposições. " - John A. Sanford, retirado do livro Parceiros Invisíveis.
Nada melhor que começar um texto com uma citação dessas não é? Uma das publicações anteriores do blog falava sobre o silêncio no relacionamento em si. Hoje, dedico a postagem especialmente ao público masculino.
Nós homens temos certa inclinação a manter o silêncio no relacionamento. Em parte é para mostrar firmeza, demonstrar convicção e como somos superiores. Mostrar que somos fortes e não um bando de maricas chorões.
Essa é uma ideia tão errada que vejo muitos relacionamentos acabando devido a esse desejo de superioridade masculino. É tão difícil perceber que quem estão certos são os maricas chorões? Aqueles que se expressam, permitem à outra pessoa saber com quem estão lidando e se necessário até pular fora. Isso é uma alternativa melhor do que conviver com um dependente de afeto que nem sequer sabe que depende, antes um dependente consciente!!
O problema de não falar sobre nossos sentimentos e emoções, é que eles representam uma parte de nossa psique, de nossa personalidade. Não podemos simplesmente nos livrar deles.
Quando reprimimos ou deixamos quietos, eles se escondem em cantos obscuros no chão e lá permanecem como que ventríloquos controlando nossos comportamentos e atitudes. Essa é uma região perigosa de nossa psique, é a nossa alma.
Na Psicologia Analítica, Jung irá propor que a nossa alma é composta por nosso sentimentos e emoções. Para o homem, ele chamará de Anima e para a mulher, essa parte será o Animus.
Essa Anima, por ser composta das mais diversas emoções e sentimentos, acaba formando uma personalidade própria, ela acaba se transformando em tudo aquilo que possuímos de bom e de mal.
E agora vamos pensar, se muitos dos sentimentos que você reprime e esconde na sua alma são ruins ou que causem dor de alguma forma, não será isso que irá compor a personalidade dessa Anima? Aí é que muitos homens caem, os gregos foram muito certeiros ao falar das bruxas e das sereias, mulheres enfeitiçadas que conquistavam os homens e lhes traziam malezas quando estavam sob a obsessão das mesmas. Esse é o homem mal-humorado!!
Aí podemos pensar: Mas e o que eu faço para evitar ficar mal-humorado? Todo mundo fica, ora bolas.
Claro que todo mundo fica, mas não é por isso que é certo destruir objetos ou erguer a voz com as outras pessoas só porque você não sabe lidar com seus sentimentos não é mesmo? Pois então.
Vai lá, não custa se abrir e pedir conselhos, orientações. Conversar com alguém ou com a pessoa do relacionamento em que você está inserido, não vai matar conversar com ela sobre o que você sente cara, e se for matar passa antes na delegacia porque pessoa perigosa assim não pode andar solta por aí. Nunca é tarde para se abrir, faz bem pra alma, acredite :)
Obrigado pela leitura,
Gustavo Bianchini Porfírio

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