Relacionamentos e traição de si
- Gustavo Bianchini
- 27 de abr. de 2018
- 3 min de leitura
Vamos falar hoje sobre traição amorosa/em relacionamentos
Algo que parece difícil para os casais entenderem, é que a traição antes de ser concreta e criar o triangulo amoroso, já aconteceu como traição a si mesmo. Sim, a primeira traição em um relacionamento não é aquela feita com outra pessoa fora da relação, mas a que é feita conosco dentro da relação. Ela acontece quando permitimos que o outro faça escolhas importantes por nós e optamos por permanecer na zona de conforto.
Quando também permitidos que com o passar do tempo, surjam conflitos pessoais e angústias que poderão se transformar em sintomas psíquicos e até físicos. Esse é o resultado do famoso “Levar com a barriga”.
Nem sempre se concorda com a exigência de um parceiro, ou com determinadas atitudes do mesmo, mas afinal de contas, por que falar, não é? Melhor ficar quieto porque não incomoda ninguém.
Vou lhe contar algo triste, mas verdadeiro. Incomoda você.
A relação afetiva não consiste apenas em uma relação com o outro, mas consigo mesmo. Quando você trai a si próprio, trai seus valores e suas virtudes em prol dos desejos de outrem, a corrupção já começou. O silêncio diante desse sofrimento é tão alto que nossa alma inteira escuta, nosso corpo muda, atitudes mudam. Nem percebemos a podridão que aos poucos vai se envolvendo em nossa psique de forma inconsciente e pior ainda, não percebemos as ilusões na vida aqui fora que são ocasionadas por isso.
Afinal de contas, uma podridão deixa seu cheiro, não é? Suas atitudes mudam, seus amigos mudam, sua vida muda e cada vez mais identifica-se com a outra pessoa e às vezes isso chega à um ponto que não se sabe mais viver sem a outra pessoa. Ela moldou seu caráter, moldou tudo que você é agora, você não é mais seu. Você é dela.
Mas a alma cobra a prestação de contas, você não pode deixa-la de lado tão facilmente assim, qual é o preço que você estará disposto a pagar? Ou traímos o 'pacto' inconsciente que foi estabelecido entre a outra pessoa e nós, e resolvemos isso ou traímos nossa própria alma.
Ainda que consumida, sua alma ainda permanece em seu interior e assim como prisioneiros na escuridão, clama por um pouco de luz e iluminação, e então lá vem! Traição. Aquele leve momento que você pôde deixar de ser a outra pessoa e ser você um pouco, decidir o que fazer, quem beijar e como fazer. Esse é o momento de muito prazer e sabe qual o melhor em tudo isso? Você amou, você se deliciou com isso e irá querer mais.
Esse é um problema muito comum em relacionamentos no geral, quem nunca reclamou com algum amigo que ele está diferente, que passou a ter outras atitudes ou mudou em prol do parceiro? Começou a aceitar coisas que não aceitaria, as vezes sofre de abusos dos mais diversos e nós como amigos não podemos fazer nada. Para isso faço esse texto, quem sabe você tenha algum amigo em tal situação ou você mesmo esteja nela, de qualquer forma, existe uma solução.
Há uma luz no fim do túnel, transformação. Não podemos dizer que um relacionamento precise acabar apenas porque algumas ideias não dão certo, nem sempre elas coincidirão!! Entretanto, as ideias e focos principais de nossas vidas precisam estar de acordo, afinal de contas as vidas estarão sendo compartilhadas ora bolas!!
Tudo isso precisa ser transformado, precisa ser discutido e conversado. O segredo de um relacionamento não é atender as exigências um dos outros, mas adequar as exigências de um para outro de forma que seja bom para ambos! Unilateralismo em relacionamentos é um caminho que apenas levará para dor e sofrimento futuros.
Obrigado pela leitura,
Gustavo Bianchini Porfírio

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